Mudar de atitude
Momentos históricos extraordinários requerem medidas extraordinárias e a crise do sistema financeiro internacional continua, provavelmente, a exigir ainda mais decisões extraordinárias, depois do fracasso das tentativas de conter os efeitos explosão da borbulha do subprime, aqui nos Estados Unidos.
A pista é lançada por um gestor português, Carlos Pinho, vice-presidente do CrownBank, com décadas de experiência no sector financeiro norte-americano.
Em entrevista à Renascença, Carlos Pinho reconhece que levará tempo até que possa ser avaliado o custo total de toda esta operação para o contribuinte norte-americano, mas a mensagem do gestor é de total confiança na solvência futura do sistema.
O que aconteceu não foi, afinal, uma falha de mercado, mas sim, a acção concertada do fracasso da política monetária excessivamente líquida, outra falha de uma política de regulação financeira ineficaz, porque complacente, e outro fracasso ainda da política de supervisão.
O contribuinte norte-americano e, por extensão, em tempos de globalização - o contribuinte global, pagará uma factura elevada que pode ser calculada em vários pontos do PIB, provavelmente, durante uma década, mas pode sair mais caro deixar o sistema cair e precipitar o mundo numa recessão económica sem precedentes.
Não se trata mais de socializar perdas privadas, mas como, acertadamente, refere Carlos Pinho, de permitir que o sistema financeiro possa voltar a funcionar com normalidade e confiança.
Já só vale mudar de atitude.
José Bastos, nos Estados Unidos
1 Comentário:
Sempre na vida, mudar de atitude é uma forma de resolver problemas. Mas a questão, neste momento, está em saber se o mundo ocidental pode e quer mudar de atitude. A questão está em saber se não estamos a caminhar para um abismo ideológico embalados pelo capitalismo selvagem: do relativismo ao individualismo tudo é possível e admissível.Uma forma de estar suicida que nos vai deixar cada vez mais pobres, em todos os sentidos da palavra.
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