Obama relaciona economia com segurança nacional
A segurança nacional na lógica da (nula) experiência em política externa é o ponto mais débil de Obama junto no eleitorado como lembram, uma e outra vez, as sondagens. Ao contrário, a crise financeira é a razão pela qual as consultas de opinião antecipam uma vitória clara a 4 de Novembro do senador do Illinois.
Com estes dados na mesa até a um mediano estratega de campanha ocorreria somar um mais um e ligar os pontos para evitar surpresas desagradáveis, a poucos dias das eleições.
Assim, antes da suspensão da campanha para visitar a avó no Hawai, Obama aludiu, na Virginia, à segurança nacional. Mas, helas, associa segurança à crise económica. “Ouvimos falar de dois debates, um de segurança nacional, outro de economia, mas é uma separação que não faz sentido. Não podemos ter mais um presidente que ignore os fundamentos da economia ao mesmo tempo que atinge deficits records para estar no Iraque” disse Obama.
O ângulo de Obama para a política externa é diferente de McCain: defende o multilateralismo frente ao isolamento dos últimos anos e argumenta que a verdadeira frente da guerra contra o terror está no Afeganistão e não no Iraque, sugerindo ainda a diplomacia conjunta para desafios como o programa nuclear iraniano.
O cenário da viragem foi o apropriado: Obama reunia com um grupo de generais reformados, não perdendo a oportunidade de relembrar o recente apoio de Colin Powell.
O que Obama não explicou aos generais, ou aos eleitores, é como planeia retirar do Iraque e que o governo de Bagdad assuma o que ainda não conseguiu: a segurança do país.
Os pormenores ficam para quando for presidente. Agora é, apenas, o princípio político: “Change!”.
José Bastos
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