Expectativas à altura dos desafios
Depois da festa com epicentro em Chicago, e réplicas em várias cidades, a América já dorme.
Quando - dentro de poucas horas - despertar, irá fazê-lo seguramente voltada para a enorme dimensão da tarefa que o novo Presidente tem pela frente.
Desde logo, a economia em recessão e um país com duas guerras. São questões a exigir respostas rápidas e eficazes.
Em campanha, Obama disse que a prioridade das prioridades é a estabilização do sistema financeiro. Wall Street deu nas ultimas horas sinais de que vai estar com o novo Presidente.
Depois, Obama terá ainda de tentar cumprir a promessa de cortar nos impostos de 95% dos americanos e agravar a carga fiscal de 5%, os que ganham mais de 250 mil dólares. De dar cobertura de saúde a 45 milhões de pessoas, de pagar melhor aos professores, de apostar nas energias renováveis, reduzindo a dependência energética.
Tudo isto custa dinheiro, muito dinheiro que, num contexto de um deficit actual de biliões e biliões, só em parte pode vir da poupança com um regresso antecipado do Iraque, questão que nos leva à política externa, onde promete reforçar a aposta militar no Afeganistão e Paquistão para combater a Al Qaeda. E, claro, tentar suavizar a ameaça nuclear do Irão e a questão israelo-palestiniana.
Irá ser Barack Obama apenas o símbolo de uma nova América ou assumir-se-á como principal actor da mudança?
As expectativas estão à altura dos desafios.
José Bastos, nos Estados Unidos
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