A fé de Obama
A religião de Barack Obama tem sido muito discutida durante esta campanha, com o mesmo a ver-se obrigado a negar várias vezes que seja muçulmano.
O facto de o seu pai ter sido muçulmano, tal como o seu padrasto, e de ter sido educado durante alguns anos na Indonésia – o maior país muçulmano em termos de população – não ajudam, como não ajuda o seu segundo nome: Hussein.
Mas o facto é que, ao contrário do que continuam a acreditar muitos americanos (cerca de 10% segundo algumas sondagens), Barack Obama é um cristão praticante. Aliás, a igreja que frequentava, United Church of Christ, foi motivo de embaraço quando algumas das opiniões do seu pastor, Jeremiah “God Damn America” Wright, vieram a lume.
Obama diz na sua biografia que abraçou o cristianismo já adulto, mas não há qualquer referência à sua religiosidade enquanto criança ou adolescente. Uma vez que ninguém na sua família directa levava a religião a sério, todos parecem dispostos a aceitar que o candidato não só não é, como nunca foi muçulmano.
Mas há um problema com este raciocínio. É que segundo a tradição islâmica, o filho de um muçulmano é sempre muçulmano, independentemente de ser praticante, ou de sequer o saber.
Poderá não parecer um aspecto muito importante, não fosse um pequeno detalhe. É que se Obama era, aos olhos do Islão, muçulmano na altura em que aderiu ao cristianismo, isso faz dele um apóstata. Mais, isso faz dele um murtad fitri, o pior género de apóstata, uma vez que teve a graça de nascer no seio do Islão.
Mãos no ar quem sabe qual é a punição prevista na Sharia para a apostasia…
Filipe d’Avillez
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