quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Sean Hannity

Neste ciclo eleitoral qualquer candidato republicano teria iniciado a campanha com a desvantagem de oito anos consecutivos de um republicano na Casa Branca.

Por si só, o facto poderia alimentar desejos de mudança, não seria sequer necessário que o actual presidente fosse particularmente impopular.

Todos os momentos positivos de GWB (sim, também os houve: derrota da Al Qaeda, desnuclearização da Libia, Coreia do Norte e Iraque) estão esquecidos e é culpado de todos os males do mundo.

É verdade que a política fiscal de Bush produziu deficits excessivos, mas foi Bill Clinton que criou condições para a entrada dos clientes subprime no crédito hipotecário.

A somar a este lastro, McCain teve, desde o Verão, de enfrentar o último e decisivo inimigo: a desaceleração económica a caminho da recessão. Já este mês a crise económica de Outubro sepultou boa parte do sistema financeiro e afundou a economia real, a que toca nos bolsos do eleitor americano.

Não adianta avaliar se todos estes danos para McCain são desproporcionados devido à presunção da culpa da administração republicana. As desvantagens estão aí e, nesta altura, parecem ser insuperáveis.

Mesmo que Sean Hannity, estrela da FOX NEWS, o canal direito da estereofonia televisiva norte-americana, tenha dedicado boa parte do seu último programa a elencar razões para evitar Obama.

A saber: não tem experiência, frágil em política externa, aumentará impostos e despesa pública, se ganhar leva a uma supermaioria democrata no Congresso e Casa Branca, muda de opinião facilmente, Joe Biden não é de confiança, a imprensa confere-lhe uma aura messiânica e, last but not the least, é amigo de esquerdistas e palestinianos.

Sean Hannity chega tarde.

José Bastos, nos Estados Unidos

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